sábado, 2 de abril de 2016

Uma derrota e uma vitória



Foi vergonhoso o que passei, mas no fim o MUSPE saiu vitorioso.

Como informamos ontem, em 30/03/2016 haveria votação na ALERJ do Projeto de Lei n.º 1.251/2015 em regime de urgência e discussão única, e que altera vários dispositivos da previdência do servidor.
Cumpri o meu ritual de pegar o crachá de imprensa, e ir ao gabinete da Presidência ver a possibilidade de pelo menos 2 membros do MUSPE participar da reunião de lideres para expor as razões para a rejeição do citado projeto, e solicitei para gravar este encontro.
Para minha surpresa descobri que esta reunião teria a participação do atual governador Francisco Dorneles, e que por isso, na contra mão da democracia, não seria possível qualquer participação.
O cheiro de era de rolo compressor, o governador ia falar que a coisa está muito ruim, seria preciso economizar, cortar, para por em ordem as contas públicas que a atual administração não consegue resolver, os Deputados aprovariam este projeto, que resolveria uma parte dos problemas financeiros do Estado. Só que todas as medidas que o projeto apresenta, é como um grão de areia em kilometros de praia deserta. Era isso que o MUSPE queria colocar para as lideranças da ALERJ, que o projeto em nada vai alterar o quadro caótico das contas públicas. O que levou o Estado a tal situação, não foi os Direitos dos servidores, e sim a péssima administração que permite a farra das isenções fiscais, e contratos lesivos ao dinheiro público. E que até agora não houve disposição para se cortar cargos comissionados, e secretarias.
Mas tinha de ser como rolo compressor, e o MUSPE estava proibido de apresentar a verdade sobre as contas públicas.....
Do lado de fora uma manifestação de estudantes pegou fogo, o prédio foi fechado, e a polícia chamada.....
Eu esperei a hora em que toda a mídia entrou para cobrir a reunião, e entrei, gravei o inicio do encontro, mas veio uma funcionária, e pediu para eu sair, pois o MUSPE não podia participar. Aleguei que como profissional, e jornalista registrado, e que nesta parte do encontro, por ser aberta a imprensa, eu poderia registrar tudo para publicar nos jornais, e revistas dos diversos sindicatos que compõem o MUSPE, e até em minha revista eletrônica, mas de nada adiantou, resolvi sair para evitar mais tumulto, estava indignado com a discriminação, na casa do povo, diante de vários colegas de profissão que podiam trabalhar, eu por prestar serviços ao MUSPE, tinha de sair. Uma vergonha para todos os servidores públicos, um atentado a democracia, um desrespeito ao trabalhador, uma covardia aos jornalistas, uma discriminação ao povo, uma afronta aos Direitos constitucionais, um retrocesso nas relações com o legislativo, e a prova de que por trás do pseudo dialogo existe a sombra feroz do autoritarismo.
Eu vivo na região metropolitana da capital onde o prefeito declarou que não gosta de pobre, e está separando as pessoas, através de uma mudança no sistema de transporte, e que vai complicar a vida do pobre, se um dia ele sonhar em ir a praia, ou trabalhar no lado rico da cidade.  Tenho 3 grandes defeitos, sou pobre, feio e moro longe, e além disto trabalho para o acusado de ser grande culpado pela crise o servidor público.
Foi triste, foi cruel, foi perverso, foi ilegal, foi imoral, foi uma maldade, eu nunca pensei que um dia teria que passar por isso......
Só que acima do que eu sentia está o massacrado funcionário público, fiquei no corredor conversando com os Deputados que passavam, e dali soube que alguns Deputados se insurgiram contra o rolo compressor, e a votação acabou adiada....
Mais uma vitória do MUSPE que vem trabalhando sério para acabar com mitos, e marketing, de que a culpa da falta de verba no Estado é da crise do petróleo, e de seu funcionalismo. Falta competência, capacidade de trabalho, criatividade, vontade, união, vergonha na cara, ética, dignidade, para quem colocou as finanças estaduais no buraco, sair desta situação.
Quem não consegue resolver problemas, cumprindo com suas obrigações de representante do povo deve deixar a vida pública, e nunca mais voltar.
Eu e o MUSPE sabemos que todo o poder emana do povo, e só descasaremos no dia em que ele retornar de verdade para o povo.

Carlos Senna Jr.

MTPS JP 32447/RJ
carlossennajr@yahoo.com.br
Apesar de tudo, Deus sempre está no controle!

Obs.: Liberado para compartilhar, incorporar e publicar, e divulgar.